Câncer de Pulmão - Dr. Denyei Nakazato

#1 Quem cuida do paciente com câncer de pulmão?

Dr Denyei Nakazato - oncologista clínico

O médico responsável pelo cuidado, acompanhamento e tratamento é o oncologista clínico.

Conta com apoio de colegas médicos especialistas (como cirurgião torácico, radioterapeuta, pneumologista) e da equipe multiprofissional competente (como enfermagem, farmácia, fisioterapia, psicologia e nutrição).

O Dr. Denyei Nakazato é médico oncologista clínico, formado pela USP.

Atua no Hospital Santa Paula – Dasa Oncologia, em São Paulo (SP), com atendimentos particulares e por convênios da paciente com câncer de mama.

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#2 Introdução sobre o câncer de pulmão

O tratamento do câncer de pulmão avançou muito nos últimos 20 anos, devido a uma série de pequenas e grandes revoluções.

Mesmo assim, esse é o campeão em número de mortes no mundo, mais do que todos os outros tipos de câncer que existem na medicina.

No Brasil é o 3º tipo de câncer mais comum nos homens (atrás de câncer de próstata e de intestino) e o 4º mais comum nas mulheres (atrás de mama, intestino e colo de útero).

Câncer de Pulmão - Dr. Denyei Nakazato - Oncologista Clínico

#3 Quem tem mais risco de ter câncer de pulmão?

Mais de 80% dos nossos pacientes desenvolvem a doença por causa de um péssimo hábito, o TABAGISMO.

O vício no cigarro causa muitos problemas de saúde, que podem levar ao sofrimento e até a morte do fumante.

A maioria dos pacientes com câncer de pulmão têm mais de 60 anos, e frequentemente possuem outras doenças também relacionadas ao cigarro.

Existem também pacientes com câncer de pulmão que nunca fumaram, que podem ter um tratamento oncológico diferente.

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#4 Quais os tipos de câncer de pulmão?

Classicamente, era dividido nos tipos de não pequenas células (NSCLC, sigla em inglês) e de pequenas células (SCLC).

O tipo de não pequenas células era subdividido principalmente em adenocarcinomas e carcinomas escamosos.

Porém, com o conhecimento atual de características moleculares dos tumores (como mutações que ele pode apresentar) e desenvolvimento de novas drogas, a cada ano o tratamento é mais específico e individualizado para cada subtipo.

E a ciência continua evoluindo e trazendo novas possibilidades para nossos pacientes!

#5 Mas o que pode sentir uma pessoa com câncer de pulmão?

Perda de peso
Fraqueza
Falta de ar
Piora da tosse
Tosse com sangue
Pneumonias de repetição
Dor no peito ou nas costas
Líquido na pleura – pode causar também dor e dificuldade para respirar
Alteração de voz

O paciente pode apresentar outros sintomas associados ao câncer, como embolia pulmonar (trombo ou coágulo), problemas de circulação no tórax, dores nos ossos, alteração neurológica, de fígado ou de sangue.

Ou então ele pode até não sentir nada, ser assintomático (sem sintomas), e a suspeita começar com o achado de um nódulo pulmonar numa tomografia de tórax, por exemplo.

Isso deve ser investigado, principalmente se ele fuma ou já fumou, pois aumentam as chances de um diagnóstico de câncer de pulmão.

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#6 E como se descobre que está com câncer de pulmão?

O paciente precisa realizar uma biópsia (retirar uma pequena amostra do tumor de pulmão) para o exame anatomopatológico, que define então o subtipo e a classificação.

A via para realizar a biópsia depende também da localização do nódulo, pode ser por broncoscopia (um tipo de endoscopia, que desce pela traqueia até os brônquios – com paciente anestesiado, claro), guiada por tomografia (feita por radiologista) ou pode ser realizada por cirurgia.

Após a confirmação do diagnóstico, vão ser solicitados exames de estadiamento, a fim de sabermos se o problema está restrito ao pulmão (doença inicial) ou se já pode ter se espalhado para outras regiões e órgãos do corpo (doença avançada).

#7 Como é o tratamento do câncer de pulmão?

Tratamento Local (para o tumor de pulmão):

Cirurgia

Consiste na retirada do câncer do pulmão por operação.

Pode ser realizada retirada de um lobo (somente uma parte do pulmão – lobectomia), ou uma cirurgia mais extensa.

Os linfonodos da região podem ser também avaliados e retirados.

Outros procedimentos cirúrgicos podem ser necessários, como biópsia de linfonodos, drenagem (retirada de líquido) de pleura, colocação de cateteres venosos para infusão do medicamentos.

O tempo de internação, de recuperação e possíveis complicações dependem da região e do tamanho da cirurgia, além das comorbidades do paciente.

A equipe médica é composta por cirurgião torácico e anestesista (para a paciente não sentir dores).

Radioterapia

Radioterapia é a especialidade médica que utiliza radiação ionizante para tratamento de doenças, em sua maioria malignas.

A equipe responsável pelo planejamento, execução e acompanhamento é da Radioterapia, que inclui enfermagem e físico.

O número de sessões é determinado pela equipe da Radioterapia.

Atualmente, utiliza-se como base uma tomografia, onde é feito o planejamento do tratamento.

A radiação é indolor, invisível e aplicada em um aparelho chamado acelerador linear (como no Hospital Santa Paula).

A radiação pode ser direcionada a um tumor existente para eliminá-lo ou a uma região que já foi operada, com a finalidade de reduzir as chances de recidiva.

No caso de doença avançada a Radioterapia pode ser usada para tratar metástases em ossos e cérebro.

Também é possível amenizar sintomas como dor e sangramento.

Como efeitos colaterais, o paciente pode apresentar cansaço, assim como reações no local que for irradiado.

Pode causar dificuldade para comer e tomar líquido, por isso devemos ficar atentos quanto a nutrição e hidratação.

A Radioterapia pode ser realizada concomitante a Quimioterapia.

O tratamento é ambulatorial (não precisa de internação hospitalar), é realizado em dias úteis de segunda à sexta-feira e leva apenas alguns minutos.

Colaboração: Dra. Lorine Arias Bonifácio Teixeira, médica da Radioterapia da Dasa Oncologia – Santa Paula

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Tratamento Sistêmico (para o corpo todo, função do Oncologista):

Quimioterapia

É o tratamento com medicamentos que agem diretamente contra as células do câncer. Pode afetar também células “normais” do nosso corpo.

Em geral são venosos, o paciente comparece a um centro de tratamento e recebe a medicação pela veia.

A duração pode variar de minutos a algumas horas cada ciclo de aplicação, e depois ele retorna para casa.

A frequência varia conforme o esquema de Quimio, assim o paciente pode receber a medicação a cada 3 semanas, por exemplo.

Dependendo do esquema utilizado (com uma ou mais drogas combinadas, com maior ou menor dose), os efeitos colaterais podem ser mais ou menos intensos.

Os mais comuns são enjoo, vômitos, fraqueza, alteração de exames de sangue. Podem ocorrer queda de cabelo, diarreia, machucados na boca, alterações nas unhas, formigamentos nas mãos e mudança de apetite.

Imunoterapia

É um tipo de tratamento para estimular e ativar a imunidade da própria paciente a combater o tumor.

Constitui um grande avanço na terapia do câncer de pulmão.

Em geral são anticorpos venosos, aplicados pela veia do paciente, com intervalos a cada 2 ou 3 semanas.

Pode causar efeitos colaterais autoimunes, alérgicos e inflamatórios, pela própria ação dos remédios, que devem ser monitorados de perto pelo oncologista.

Terapia-Alvo

É um tratamento direcionado para uma alteração específica (o alvo) que pode ser identificada no tumor.

Como exemplos mais relevantes, os medicamentos para os pacientes com mutação de EGFR e de ALK.

São comprimidos, tomados por boca, que atuam de forma mais precisa e afetam menos células “normais”, por isso com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia.

Só funcionam para os pacientes com as mutações alvo, assim não servem para todos os demais pacientes (sem mutação no teste).

#8 Como se faz a prevenção do câncer de pulmão?

Só para reforçar, a principal medida para prevenir o aparecimento do câncer de pulmão é não fumar ou parar de fumar!

Mesmo com todas dificuldades para se abandonar um vício, existem terapias específicas para ajudar o fumante a se tornar enfim um ex-fumante, para o bem dele e de todos ao seu redor (que também são “fumantes passivos”, quando convivem na mesma casa).

Vídeo sobre Tabagismo e Câncer

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